
"Crepúsculo Matutino
Diariamente a natureza nos proporciona um espetáculo: o nascer e o pôr-do-sol com seus tons de vermelho, o arco-íris e suas facetas coloridas, os relâmpagos... Eis o verdadeiro show diário da natureza. O palco das exibições é a atmosfera, esse mar de gases que nos rodeia até alguns quilômetros de altura.
As diferentes cores e formas produzidas são determinadas por diversos fatores que passam pela concentração de partículas na atmosfera, a altitude do Sol no horizonte, a distância percorrida pela luz do Sol na atmosfera, as variações de temperatura, as características das partículas em suspensão...
A fotografia tirada pelo professor Gleiferson Gonçalves mostra a aurora ou crepúsculo matutino - intervalo de transição com variação de luminosidade entre a escuridão e a claridade. Como as luzes vermelha, laranja e amarela são as menos espalhadas pela atmosfera, elas são as que melhor se transmitem através do ar. O vermelho, que é a menos espalhada e, portanto, a que melhor é transmitida, atravessa mais atmosfera do que as outras cores. Assim, quanto mais espessa é a atmosfera através da qual um feixe de luz solar deve se propagar, mais tempo existe para espalhar todas as componentes de freqüências mais altas da luz. Isso significa que a luz que melhor atravessa o ar é a vermelha. Como a luz solar atravessa uma atmosfera mais espessa durante o nascer ou pôr-do-sol, temos essa sensação do céu estar “pegando fogo” durante as primeiras ou últimas horas do dia."
Alfonso Chíncaro e Gleiferson Gonçalves
(Professores da rede pública Estadual de Belo Horizonte
Membros do grupo Orion – Núcleo de Acessória e Pesquisa
em Ensino de Astronomia – FOCO-CECIMIG / FAE-UFMG)
Revisora: Fernanda Machado
Esse post foi feito ao som de Bjork




O homem saudável – o animal – apenas chapinha na insônia: ele nada sabe sobre esses que dariam um reino por uma hora de sono inconsciente, esses que se horrorizam tanto diante de uma cama quanto diante de uma mesa de tortura. Há um vínculo estreito entre a insônia e o desespero. A perda da esperança vem com a perda do sono. A diferença entre o paraíso e o inferno: pode-se sempre dormir no paraíso, mas nunca no inferno. Deus puniu o homem tirando-lhe o sono e dando-lhe o conhecimento. Não é a privação do sono uma das torturas mais cruéis praticadas nas prisões? Os loucos sofrem enormemente com a insônia, daí as suas depressões, o seu desgosto com a vida, e os seus impulsos suicidas. Não é a sensação –típica das alucinações acordadas – de mergulhar num abismo uma forma de loucura? Os que cometem suicídio atirando-se de pontes para dentro dos rios ou de edifícios sobre os calçamentos, motiva-os por certo um desejo cego de cair e a atração ofuscante das profundezas abismais. Minha alma é caos, como pode então ser? Tudo está em mim: procura e encontrarás. Sou um fóssil que data do princípio do mundo: nem todos os seus elementos cristalizaram completamente, o caos inicial ainda transparece. Sou a absoluta contradição, o clímax das antinomias, o último limite das tensões; em mim tudo é possível, pois sou aquele que no momento supremo, diante do nada absoluto, gargalhará. 




