
Sempre tive vontade de fazer teatro até aparecer uma boquinha gratuita da prefeitura com limites de vagas. Eu consegui e têm duas semanas que eu comecei lá. Muito revigorante depois de uma semana cheia de stress e desconforto vindo dos deveres como aluno e profissional. Interessante a forma de lidar com a criatividade do corpo... Uma das atividades que me chamou mais atenção foi representar o nada. O que seria o nada e como interpretá-lo? É muito fácil imitar um velho ou um cachorro, mas nada se compara a tentar criar uma opinião de um conceito se materialisando. Nossas opiniões são construída a partir de nossos antecessores. É verdade. Como definir algo que não houveram informações aproximadas? O que eu associe o nada foi como uma forma de ausência, negação ou inexistência. Talvez eu seja demasiadamente humano para me aproximar da verdade. "Penso, logo existo", Descártes sabia do que dizia? Se eu entrar em estado vegetativo, há possibilidade de me encontrar com o nada que me aguarda na ausência do meu pensamento? Eutanásia. Recorda-me a citação atribuída a Virginia Woolf no filme “As Horas”, quando a escritora responde a uma menina que lhe pergunta para onde vamos após a morte: “Para o mesmo lugar que viemos antes de nascer”. Seria o que fica antes e depois do que não sabemos como é... Paradoxo complicado esse, não? Mais complicado ainda é sair dessa idéia e enviá-la ao corpo em movimentos e sons.
O nada não me assusta, mas incita minha indubitável confusão:
"Será que esse nada que eu aponto, pode ser a causa da nossa existência? "